O INCC está subindo, mas o que isso significa?

O INCC, Índice Nacional da Construção Civil marcou uma alta expressiva no último mês. O índice passou de 0,34% em junho para 1,17% em julho. Um aumento de quase 4 vezes comparado ao mês anterior.

Mas antes de explicar o que isso significa, vamos pincelar um pouco aqui sobre este índice e qual a sua importância para mercado imobiliário.

O que é?

Assim como o próprio o nome já diz, esse índice nacional é um marcador coletado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em várias capitais, dos preços de materiais, mão de obra, equipamentos e serviços. Portanto, ele tem o intuito de aferir a flutuação destes preços no setor da construção. Cada “setor” de preço coletado tem um peso e, ao final, é obtida uma média ponderada, que é o índice que se deseja conhecer. Este índice foi divulgado pela primeira vez em 1950, entretanto, cobria apenas a cidade do Rio de Janeiro, nessa época, capital e sua sigla era ICC.

E onde ele se aplica?

Uma das principais funções do INCC é determinar reajustes de contratos imobiliários, financiamentos e consórcios. Ele determina, por exemplo, reajustes de parcela de investimentos imobiliários em planta e fundos de investimento, quando os custos são atualizados mês a mês, acompanhando o cronograma das obras. Portanto, o INCC é capaz de influenciar diretamente a rentabilidade dos mesmos.

Além do setor imobiliário, o INCC-M, índice da construção que tem sua versão voltada ao mercado e é calculado entre os dias 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência, corresponde a 10% do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), ou seja, ele também interfere indiretamente na flutuação dos custos gerais e por consequência, na inflação como um todo.

E essa alta do mês de Julho?

Dentre as quatro composições de preço do INCC, vale ressaltar que os principais aumentos foram observados em mão de obra e materiais. Entretanto, segundo mátéria no G1, uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mostra que em maio, o setor faturou 10,6% mais do que em abril. Já a venda de produtos de acabamentos foi a que mais cresceu nesse período: um aumento de 17,5%. Esse aumento na procura por materiais de construção nesse período de pandemia, pode indicar e explicar parcialmente o aumento dos preços.

Pequenas reformas durante a pandemia e aumento da confiança.

 

Segundo matéria do site a Gazeta, o isolamento social fez crescer a demanda por pequenas reformas, o que pode reforçar ainda mais a tese de que o aumento de preços de mão de obra e materiais no período de pandemia, estão diretamente ligados ao aumento do consumo, para além do aumento do preço de algumas Commodities. Em outra pesquisa feita pela FGV, o ICTS O Índice de Confiança da Construção marcou crescimento de 6,6 pontos e alcançou 83,7 pontos. Terceira alta consecutiva depois de queda brusca, registrada em abril. Além disso, as taxas de juros mais baixas da história, contribuem para o aquecimento do setor.

O que podemos concluir?

O aumento na demanda por reformas, materiais e mão de obra, aliado as taxas de juros atrativas para o crédito, com aumento de confiança no setor, podem explicar parcialmente a flutuação do INCC. Entretanto, é importante atentarmos para o fato de que, apesar do aumento substancial desse importante índice, desde 2015 estamos observando uma queda nos números, que agora, devido ao reaquecimento e expansão na construção, é provável haver uma estabilização que acompanhará a maturidade dos investimentos nesse mesmo setor.


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